[MÚSICA] As decisões estratégicas devem ser tomadas levando conta as ameaças, as oportunidades, os compromissos, a credibilidade, o que foi dito antes. Então o resultado vai depender da habilidade de cada lado fazer movimento estratégico que seja capaz de alterar uma negociação para seu favor, a seu benefício próprio. Exemplo muito fácil para mostrar uma situação dessas é o seguinte: veja o exemplo de uma casa. Suponha potencial comprador que não esteja disposto a desembolsar mais do que 200 mil reais por imóvel, mesmo reconhecendo que o imóvel vale 250 mil reais. Então, ele não quer desembolsar mais de 200 mil mas sabe que o imóvel vale 250 mil reais. Do outro lado, o vendedor última análise estará disposto a abrir mão da casa por qualquer quantia acima de 180 mil. Se ele for o único interessado na casa, de que forma poderá fazer com que o vendedor pense que abandonará as negociações se estiver que pagar o valor acima de 200 mil. A gente pode dizer o seguinte: numa situação de compra, de venda, de jogada, existe a estratégia de você ser durão, de você manter uma posição, ficar inflexível relação a ela. Então eu não vou vender por menos de 200, não vou vender por menos de 250 mil, essa alternativa não abro mão disto, é uma alternativa, uma possibilidade sempre muito possível, muito usada também. Mas existe fato muito interessante, outro elemento para ajudar a você tomar a decisão, entendeu? Então existem muitas situações que você pode introduzir novo elemento que contribua para dar credibilidade, para agilizar o processo. Eu vou comprar a casa, eu falo: "Olha eu preciso de uma resposta rápida, se o senhor não responder uma semana o comprador vai viajar na semana que vem e vai ficar três meses fora. Aí o senhor só vai poder voltar a falar do negócio daqui a três meses." Olha elemento novo que te induz a tomar uma decisão rápida. Suponha que a venda vai ser para uma pessoa jurídica que está comprando ou vendendo, então o vendedor solta essa, o corretor solta essa: "Olha, a reunião do conselho da empresa vai ser na semana que vem e esse assunto vai ser abordado. Se não puder ter uma proposta concreta, só daqui a 30 dias, porque só depois que se o conselho não der o aval, o negócio não pode ser feito". Muito comum acontecer esse tipo de coisa, que você introduz novo elemento para tentar ajudar a agilizar, catalisar o processo de oferecer uma proposta, de fechar negócio. Existem também barreiras à entrada de novas empresas muito interessantes. Algumas que nós já comentamos, não é? O alto nível de investimento é uma barreira de entrada, tecnologia de difícil acesso é uma barreira de entrada, questões ambientais a serem transpostas, os oligopólios, são barreiras de entrada difíceis, está certo? No entanto, existe uma barreira de entrada muito usada mas que exige qualidade, eficiência, competitividade, que é o preço baixo. Você pode colocar o preço baixo do produto e através desse preço baixo ninguém consegue entrar nesse mercado. Vamos te dar exemplo disso? Aqui na nossa economia, a Honda fabricando motos de 125 cilindradas. Ela conseguiu uma eficiência tal que ela produz e vende mais de milhão motos por ano no mercado interno e no mercado externo e consegue ter preço super competitivo, lá baixo. Observe que você só vê moto de 125 cilindradas da Honda. É difícil ver moto de 125 cilindradas de outras montadoras. Porquê? Porque para elas produzirem e ganharem dinheiro com esse produto, tem que produzir uma quantidade imensa, que o mercado não tem condição de absorver. A Honda que já tem 80, 85% desse mercado consegue preço tão baixo e esse preço baixo é uma barreira de entrada. Você vê as outras montadoras oferecendo motos de uma cilindrada maior, mas no segmento dos 125 o preço baixo é uma barreira de entrada muito forte. Tanto no mercado interno, como no mercado externo, é uma situação muito usada, muito possível e que as empresas tentam através da sua eficiência impedir que novos concorrentes entrem, atuem nesse mercado.